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sábado, 7 de fevereiro de 2009

“A Erva Canta” de Doris Lessing


Foi o primeiro livro escrito por Doris Lessing em 1950, que acabei de ler. É, sem dúvida, neste momento, uma das minhas autoras preferidas.

Mesmo sendo o primeiro, já aqui revela as marcas da sua escrita tão peculiar. É muito difícil tentar inserir a escrita desta autora num género literário; ela desenvolve o seu próprio género que assenta sobretudo em personagens muito bem trabalhadas, com um pendor nítido para as femininas, ao nível dos sentimentos.

Poderemos mesmo dizer que nos seus romances, pelo menos nos que eu li, o enredo é secundário. Serve sim de suporte às personagens. Estas revelam sentimentos de uma subtileza assombrosa além de incomuns, desenvolvem paixões estranhíssimas, perdidas até, movimentam-se em sinuosidades labirínticas, protagonizam casos humanos limite, por vezes inquietantes. Enfim, as suas personagens movimentam-se por todos os meandros que caracterizam “O Mal”

Para a autora o mal nasceu com a vida e, como tal, reproduz-se com ela. Está muito ligada ao pecado original cristão, à mácula; pode-se ter o bem, mas vem sempre a pagar-se de alguma forma penosa.

Este romance, especificamente, conta-nos uma tragédia que resulta de um amor impossível. Fala-nos de uma terra, África, majestosa e bela, mas também impiedosa.

A protagonista (mulher), vive uma infância de solidão e miséria, e acaba por terminar a sua vida casada com um fazendeiro pobre, continuando a sua vida de solidão e miséria.

Finalmente acontece o impossível. Apaixona-se por um negro.

Fala-nos com grande conhecimento de causa do colonialismo, das injustiças e dos conflitos sociais, do apartheid, da condição da mulher.

A não perder!

3 comentários:

Anónimo disse...

Ola Sra Donagata :)
Despertou o meu interesse , se bem q neste momento nao é a melhor altura para ler ...
Mais uma vez o meu muito Obrigado pela sugestao :)

Beijo , Anibal Borges .

BlueVelvet disse...

Pois lá irei juntar mais um à lista.
Bom fim-de-semana

Donagata disse...

E acho que vale mesmo a pena. Embora, nestas coisas de literatura, os gostos sejam muito relativos... Aliás como em tudo, claro.

Beijos a ambos e um fim de semana agradável; pelo menos sem chuva...