Escritora dominicana, também dentro do rol das que não conhecia e, cujo livro foi comprado ainda naqueles fabulosos “saldos”, que não me canso de repetir (embora acredite que os leitores, se os há, já estejam cansados de o ler) por 1,49€.
Uma agradável surpresa. Bem escrito, adoptando um género fluido mas erudito, o livro conta-nos a história de uma personagem verdadeira, um ícone nacional na República Dominicana, a poetisa Salomé Ureña.
Fruto da grande instabilidade política do seu país que vai traduzindo em palavras, a poesia de Salomé torna-se um forte valor nacional e convertem-se, aos 17 anos, na musa da pátria.
Isto permite-lhe conviver com as pessoas mais cultas da época. Toma contacto com as novas correntes pedagógicas, vindo mesmo a criar e dirigir a primeira escola secundária para raparigas na República Dominicana.
Sem pretensões de absoluta exactidão, a autora pega em figuras reais, de relevo histórico e constrói um romance que ocorre a dois tempos:
Um, aquele que a própria Salomé nos vai contando; a sua vida conturbada, os exílios, a escrita, a doença, o seu casamento… Também aqui desafiou o estabelecido casando com um homem 10 anos mais novo do que ela, que sempre sobrepôs á família, as suas ambições políticas bem como as suas frequentes traições.
O outro, aquele que nos é transmitido pela sua filha mais nova, que nasce pouco tempo antes da sua morte, Camila. Professora universitária nos Estados Unidos, insatisfeita, que vê, com a aproximação da reforma, chegado o momento da procura do sentido mais profundo da sua existência; aquele que ela sente estar ligado à sua mãe.
Muda-se para Cuba e, é aí, que Camila vai repassando toda a sua vida, regressando ao passado através de cartas, de lembranças, de poemas. E, à medida que a sua vida recua, mergulhada em memórias, a da sua mãe avança trazendo-lhe o entendimento que acaba por explicar as suas próprias angústias.
Estes dois tempos do enredo estão particularmente bem entrosados formando um todo contínuo e conexo de compreensão fácil.
Gostei.
6 comentários:
Eu também sou Salomé, sabia? :) Não sou é musa da pátria, só inspiro ar mesmo, mais nada. E ultimamente, diga-se, com alguma dificuldade... Estou a precisar de férias.
Um beijinho, um miminho e um Bom Dia sorridente :)
Que modesta!
Eu sei que é Salomé, além disso, seguramente uma grande poeta, ou poetisa, como queira, e musa, estou certa que não é da pátria (também não tinha interesse nenhum), mas sê-lo-á de muito rapazinho que se cruze consigo e não seja deficiente visual.
Beijos gordinhos.
Apenas um Olá e um P.S.
P.S. Donagata na mouche, bora espevitar a catraia...eheh
Beijinho
Pavlov, nem lhe passa pela cabeça o que eu "sofro" a tentar.
Mas a piquena é teimosenta!
Um beijo, e gostei de o ver por aqui.
A nossa nuvem é salomé?
Livros a 1 euro e pouco?
Ando mesmo alheada...
Anda com a cabeça na água! Que quer que a gente lhe faça?
Cá por mim é tirar-lhe as guelras...
Jokas.
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