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sábado, 27 de setembro de 2008

Reencontro

(Imagem: "Women running on the beach" by Pablo Picasso)

Por fim estou aqui.

Piso freneticamente a areia escaldante

apenas para te encontrar.

Entrego-te primeiro os pés

que envolves numa carícia fugaz mas atrevida.

Recuas. Eu tento acompanhar-te, prender-te.

Corro atrás de ti deixando profundos sulcos na areia,

que me segura, que me atrasa, despeitada,

ciumenta, ciosa de ti.

E tu regressas, voluptuoso.

Agora sou eu que recuo, saltito, mudo de ideia.

Mas é com um sorriso alegre que corro de novo para aí.

Cinges-me. Agora toda, num abraço frio,

salgado, urgente, vital.

E eu abandono-me, qual sereia, em bailado nupcial.

3 comentários:

Angelina disse...

O reencontro é um turbilhão, um corropio de sensações. As emoções atropelam-se numa re-união tão esperada.

Parabéns pelo belo poema.
Um beijo grande.

Carla disse...

Lindo! Que o leve abandonar seja retemperador...

LS disse...

Gostei muito.
LS.