Foi na sexta-feira e tive a honra de participar neste evento. Tratou-se de uma das duas comemorações (de que eu tive conhecimento) dos 120 anos do nascimento de Fernando Pessoa e foi lindo!
A outra, teve lugar em Lisboa e teve como entidade organizadora A Casa Fernando Pessoa e o patrocínio da CML!!!
Esta, em que eu participei, deveu-se, como muitas outras actividades no âmbito da divulgação da poesia e do teatro no Porto, à Livraria Poetria (obrigada Dina) e a bons colaboradores interessados na disseminação da cultura nas suas diversas vertentes: literária, musical, plástica….
A outra, teve lugar em Lisboa e teve como entidade organizadora A Casa Fernando Pessoa e o patrocínio da CML!!!
Esta, em que eu participei, deveu-se, como muitas outras actividades no âmbito da divulgação da poesia e do teatro no Porto, à Livraria Poetria (obrigada Dina) e a bons colaboradores interessados na disseminação da cultura nas suas diversas vertentes: literária, musical, plástica….
Teve lugar no Café Progresso, como é também já habitual, e tornou-se um serão verdadeiramente fascinante. Os textos de um dos nossos maiores poetas (para muitos mesmo o maior) magistralmente lidos pelos participantes, associados aos magníficos improvisos musicais do saxofone, do acordeão, do violoncelo e do violino, criaram uma atmosfera verdadeiramente mágica.
Talvez possamos dizer, como única nota menos positiva, que se tornou uma sessão muito longa e com alguns textos que também o eram … Mas como verdadeiros pessoanos, não só isentamos como entendemos a dificuldade que todos tivemos em seleccionar, para eliminar, textos que tanto apreciamos.
Apenas uma amostra do que li:
O menino da sua mãe
No plaino abandonado
No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado
– Duas, de lado a lado –,
Jaz morto, e arrefece.
Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.
Tão jovem! que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino da sua mãe».
Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira,
Ele é que já não serve.
De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço... Deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.
Lá longe, em casa, há a prece:
«Que volte cedo, e bem!»
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe.
Fernando Pessoa
6 comentários:
Donagata, tenho a certeza que fizeste justiça aos poemas de Fernando Pessoa.
Fiz por isso. E, para ser franca, creio que não correu mal.
Obrigada pela tua confiança.
Um beijo
Adoro Pessoa, tantas facetas diferentes e no entanto é-nos difícil escolher só. Alvaro de Campos e Alberto Caeiro são os meus poetas de eleição.
Um beijo
E fizeste muito bem. Parabéns.
Um beijo
Obrigada vovo. A tua presença foi tão importante como a tua opinião.
Um beijo.
Clara, Pessoa (ortónimo)e os seus heterónimos "são", sem dúvida, os meus poetas favoritos. Nele podemos encontrar tudo..
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