Poucos anos depois de Alexandre Magno ter fundado aquela que viria a ser a capital do Egipto Ptolomaico (331 a.C.), Alexandria era já a rainha do Mediterrâneo.
De carácter híbrido, uma cidade grega em território egípcio, era um reconhecido centro de comércio e de cultura. Aí acudiam gentes de todas as origens atraídas, talvez, pelas oportunidades de enriquecimento, pela fama dos seus monumentos (O farol de Alexandria), pela sua grandiosidade (só comparável, mais tarde a uma Roma imperial ou a Constantinopla e, na actualidade, quiçá, a Nova York do século XX…), ou pelo prestígio das suas instituições (Biblioteca, Museu, Escola de medicina). Embora o seu carácter miscigenado, nem sempre as suas três comunidades mais numerosas – egípcios, gregos e judeus – coexistiram em harmonia.
De carácter híbrido, uma cidade grega em território egípcio, era um reconhecido centro de comércio e de cultura. Aí acudiam gentes de todas as origens atraídas, talvez, pelas oportunidades de enriquecimento, pela fama dos seus monumentos (O farol de Alexandria), pela sua grandiosidade (só comparável, mais tarde a uma Roma imperial ou a Constantinopla e, na actualidade, quiçá, a Nova York do século XX…), ou pelo prestígio das suas instituições (Biblioteca, Museu, Escola de medicina). Embora o seu carácter miscigenado, nem sempre as suas três comunidades mais numerosas – egípcios, gregos e judeus – coexistiram em harmonia.
E, neste contexto, qual era o estatuto da mulher alexandrina? Estamos a falar do século IV a. C.!
Como comprovado por uma imensidade de papiros conservados, verifica-se (algo surpreendentemente) que a situação da mulher no Egipto greco-romano era, provavelmente, muto melhor do que em qualquer outra época anterior ao século XX.
Embora não fossem consideradas cidadãs e, salvo raras excepções, necessitassem de um tutor que as representasse, são mencionados e confirmados em documentos quer públicos quer privados, alguns direitos interessantes que lhe assistiam.
A mulher podia: herdar e fazer testamento; ser proprietária de terras e bens imóveis e gerir um negócio.
Também se nota uma curiosa igualdade nos contratos de casamento e de divórcio. O casamento não era religioso e pressupunha uma simples coabitação formalizada por um contrato. Este, continha cláusulas de rescisão em caso de divórcio, restituição do dote e separação de bens, com iguais direitos para ambas as partes.
Desfeito o contrato de vida em comum perante um tribunal, chegado a acordo mútuo, cada um era livre e, tanto o homem como a mulher poderiam , se o quisessem, voltar a casar.
Algumas mulheres obtiveram também grande prestígio nas áreas das ciências, das letras e da filosofia as quais podiam desenvolver como qualquer homem. O caso mais paradigmático é o de Hipátia de Alexandria filósofa e matemática, ligada à célebre Biblioteca de Alexandria
Pois é. E tudo isto se passava entre os séculos IV a.C. e V d.C. !!!
E agora como é por aquelas bandas?
(Imagem: Hipatia de Alexandria)
1 comentário:
Interessante.
Aqui estão as precursoras de Justine e Clea do "Quarteto"
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