Outra noite, outra praia, outro bar, eu, não outra,
e o abismo de um poema inacabado...
a mesma respiração, o mesmo apelo forte do mar,
o mesmo fragor, mais sereno, talvez, mais prenhe de mistério.
As mesmas cores mais outras, menos outras…
Outras gaivotas, as mesmas, outros sopros,
a lua, o mesmo paradoxo, outros muitos paradoxos,
o suave embalo da noite e o perfume denso das coisas densas
de Verão.
As sombras menos sombras, menos tristes, outras sombras,
música nas sombras…
e o mesmo abismo do mesmo poema inacabado…