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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sonho?

(Imagem: Widowmaker by Thomas Hoyne)

Já anoitece! Caminho só pela orla do mar.
Imprimo marcas fundas, de pés irados.
E logo uma língua de água as vem apagar
com longos beijos frios e molhados.

Desenho na areia sulcos ao acaso
movendo os pés como se bailasse!
Deslizante, prossigo e até a onda atraso
que avança e recua, como se me afagasse.

E agora, quieta, beijada pela espuma,
que fervilha em torno dos meus dedos,
imagino, ao longe uma velha escuna
que ergue as velas entre ondas e rochedos.

E acreditem que até consigo distinguir.
Iluminados por um raio de luar
tristes fantasmas que teimam em surgir
no velho barco que também teima em vogar.

10 comentários:

  1. Querida D. Gatita: é por isso que eu digo que não sei escrever poemas! Mas gosto muito de ler os seus, que, ultimamente, até têm "metido muita água"!

    Beijitos,
    S

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  2. Não se esqueça que é mesmo o meu elemento.
    Obrigada.
    Celeste

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  3. Mais um belo poema... Que deixa a imaginação a esvoaçar, como uma gaivota, neste cenário de mar.

    Beijinhos

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  4. Gosto muito dos seus poemas, tanto mais que têm a ver com o mar.
    A minha mais antiga e fiel paixão.
    Beijinhos

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  5. Gostei , estou a Gostar cada vez mais deste canto acolhedor e de Boas palavras !!!
    Eu tb consigo distinguir os Fantasmas num raio de Luar !...

    Beijo , A.B.

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  6. Em toda a caricia existe uma velha escuna que se faz ao largo...

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  7. Adoro poesia e este poema é simplesmente maravilhoso. E representa tanto das nossas vivências...
    Boa semana

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  8. Quando os fantasmas surgem...
    o melhor é não se aproximar.

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  9. Seja como for

    reme

    e se necessário contra as marés

    Gostei

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