
na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva, cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
José Luis Peixoto, in "a criança em ruínas"
Nunca consigo ler este poema sem que uma lágrima fugitiva me traia o sentir... Lindíssimo, como o é o mundo dos afectos, aqueles que nunca serão lugares vazios.
ResponderEliminarAcontece-me isso com alguns poemas. E este autor, que eu aprecio profundamente, tem o condão de nos "picar" os sentimentos, os afectos, por vezes até coisas que julgávamos esquecidas.
ResponderEliminarJá sabe que partilho a admiração por este autor, que li graças à sua dica. Tenho que ver se compro também este livro, para devorar sem moderação hehehe :)
ResponderEliminarBeijinhos, muitos!
A Dina tem. Se quiser que eu encomende!!!
ResponderEliminarLINDO LINDO LINDO !!!
ResponderEliminarOla Sra Donagata , boa noite !
Tenho a dizer q nao conhecia o Autor , mas q AMEI o Texto e o q ele Transmite !!!
Mto Obrigado por te-lo partilhado .. :)
Bjo , A.B.
Pois se não conhece devo dizer-lhe que vale mesmo a pena conhecer; quer como poeta quer como ficcionista. É muito bom.
ResponderEliminarPartilharei outros, certamente.
Embora muito triste adoro este poema.
ResponderEliminarFaz-me sempre lembrar um de Pessoa, também muito triste. Aniversário:No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. ...
Beijinhos e bom fim-de-semana
Mto bom! Obrigada, Donagata*
ResponderEliminarObrigada a todos os que aqui perdem um tempinho.
ResponderEliminarBeijos.